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Para a profunda essência cósmica não existem erros. Tudo é parte da perfeição da existência, os atos de compaixão mais luminosos, e mesmo os atos de ódio mais hediondos. Não existe nenhum julgamento, nenhuma escolha, tudo é o que é, e por ser assim é pura perfeição.
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Não tema nunca o que os outros vão pensar do que você criar, seja livre, leve e intenso. Jamais ouça os freios estéreis da razão, não deixe a mente silenciar seu coração, pois tudo que é verdadeiramente criativo e vivo surge do coração. A mente repleta de teorias e conhecimento pode tornar-se um crivo para a criação, agindo como censor a todo momento, questionando as inspirações puras e os insights, por isso quando for criar, desvencilhe-se de todas as teorias, jogue todo o conhecimento prévio no lixo, torne-se puro e inocente como uma criança. Só assim surge a criação genuína.
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Lembram-se de como eram as nossas manhãs? Nos trópicos o sol brilhava majestoso e era ignorado por quase todos. Turbas de seres robotizados seguindo hipnotizados para seus trabalhos, repetindo a mesma rotina entediante de suas vidas sem sentido, esperando o fim do expediente para terem tempo de exercerem seu único direito, o de consumirem avidamente e se empanturrarem de lixos entorpecentes como tv, internet, álcool, açúcar, deus e futebol. Nesse mundo desconectado da natureza o egocentrismo ampliava-se exponencialmente, a empatia morria. Os ciclos seguiam incólumes, o lixo aumentando, a destruição da biosfera crescendo. A chegada da grande pandemia parou por instantes o movimento secular, mas os robôs desesperados estão insanos e ávidos para retomarem a sua pseudo normalidade alienada e doentia. Os robôs de carne apodrecida. E a máquina pós-hiper-real do lucro não pode parar, ela é mais valiosa que a vida, que a morte, que a biosfera, e os autômatos mesmerizados devem retomar seus grilhões. Enquanto isso, no olho destruído do Cerrado, o glorioso Sol da manhã brilha a cada dia mais quente. Ele torrará os corpos e fritará as almas de todos nós, majestosamente!
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