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Conversas de Belzebu com seu pai morto

by Ciberpajé featuring Alan Flexa

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1.
Papai! Meu amado criador, lamento não tê-lo conhecido vivo. Nasci no dia de sua miséria final. Quando seu ímpeto desbravador e sonhador terminou por colidir-se com suas pulsões egoicas de poder e dominação. E sua ânsia famigerada de a tudo possuir desconectou-o de sua natureza animal e cósmica, tentando assassinar sua mãe astral, Gaia! E criando para si um amante inspirado em seu lado obscuro, o déspota DEUS!
2.
O humano, em seu dito amor por deus, tornou-se seu amante intenso, ávido pela entropia. E a fricção alucinada de seus falos-mísseis germinou-me, por isso eu tenho apenas pais e não uma mãe. O tal papai deus, mesmo estando em todos os lugares, nunca o vi! Mas você sempre esteve aí apodrecendo desde o dia do meu nascimento: Humanidade! E devo dizer-lhe, adorado pai, mesmo com sua presença apodrecida, sinto-me solitário! Obrigado a aprender quase tudo sozinho, a não ser pelas histórias estranhas que a brisa nuclear das madrugadas conta-me sobre você.
3.
Ouço da brisa, narrativas insólitas sobre sua ínfima e, em breve, esquecida existência, morto pai ser humano. Belíssimas histórias sobre transmutações e outras tristes sobre estagnação. Mas como a brisa me falou: Tudo é perfeito! Solve et coagula. Por isso, vamos comigo, papai. Seu odor putrefato mantem-me focado! E você sabe, papai, sua petulância premiou-o com a inexistência!
4.
No dia de sua extinção, pai humanidade, eu nasci, e conheci sua melhor amiga, a ceifadora. Mas até ela não tem mais o que fazer por aqui. Então, meu carcomido pai, eu te convido a caminhar comigo através da glamourosa e desfalecida paisagem planetária que você criou! Para conversarmos, sem culpa e sem amor, sobre o teor do nada. Nada! Nada!

about

Ciberpajé featuring Alan Flexa
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“Conversas de Belzebu com seu pai morto” apresenta,
em quatro atos sonoros, um monólogo de Belzebu com o
cadáver de seu pai enforcado em uma árvore.
O pai é, simbolicamente, a espécie humana que se autodestruiu.
Essa obra musical é independente, mas está diretamente
ligada ao primeiro capítulo da história em quadrinhos (HQ) de
mesmo nome, de minha autoria, e
publicada no número 1 da revista Atomic Magazine
(Editora Atomic, 2021).

Tanto a HQ quanto esta obra musical são ambientadas
no universo ficcional transmídia da “Aurora Pós-humana”,
em um período final chamado de “Ocaso Pós-humanista”.
Eu utilizo a arquetipia do Arcano XV do Tarô, o Diabo, no caso
Belzebu, como um de meus alter-egos, o amante da vida
experienciando uma provação, caracterizada pelo niilismo que,
por vezes, tem dominado minhas reflexões sobre a
nossa espécie em meio ao caos absoluto sociocultural,
ambiental e político de nossa era pandêmica.

O pai morto da narrativa também faz referência direta ao meu maior amigo e interlocutor filosófico, meu pai Dimas Franco, uma das
vítimas da Covid-19. Esta obra é dedicada a ele e a todas
as vítimas da hecatombe contemporânea.

Ciberpajé - julho de 2021

credits

released July 9, 2021

Aforismos, voz, arte e projeto gráfico:
Ciberpajé (a.k.a. Edgar Franco)
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Músicas, mixagem e masterização:
Alan Flexa
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Gravado, mixado e masterizado no
Estúdio Zarolho Records - Macapá, Amapá
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Lunare Music - Brasil - 2021
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www.instagram.com/zarolho_records
ciberpaje.blogspot.com
ciberpaje.bandcamp.com

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all rights reserved

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about

Ciberpajé GO, Brazil

Projeto de aforismos musicados do artista transmídia Ciberpajé (aka Edgar Franco) em parceria com musicistas e bandas do Brasil e do exterior.

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